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09/02/10

Vinha elegante, depressa



Vinha elegante, depressa,

Sem pressa e com um sorriso.

E eu, que sinto co a cabeça,

Fiz logo o poema preciso.


No poema não falo dela

Nem como, adulta menina,

Virava a esquina daquela

Rua que é a eterna esquina...


No poema falo do mar,

Descrevo a onda e a mágoa.

Relê-lo faz-me lembrar

Da esquina dura - ou da água.

Fernando Pessoa (14-8-1932)

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